Nihil



NIHIL
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O barbeiro
aparava
palavras
justas ao corte
de se exibir
como se
dentro delas
não houvesse
alma um canto
para subsistir
um dia veio
um careca
pedir-lhe
dois contos delas
ao que ele eslareceu
o sonhor é escriba
e veio-me iludir
mas havido de mais
avença estirou
a tesoura
e saiu a palavra nada
e ele disse como vê
freguês não o engava
e o calvo certo do enredo
disse-lhe preste atenção
que vou como vim
com nada no meu coração
por isso paga-se dela
que tenho história
para o enredo
dois contos da palavra nada
e o fim do seu segredo


Marginal Neblina AMP Espinho 14072018

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