Salva
Nunca mais fiz directas para ver o amanhecer. Há uns anos mudei de vida mas não de amanhecer. Sou como um galo. Vou morrer um dia como ele de cabeça coroada em preces sanjoaninas. Depois das orações da madrugada fumos uns quanto cigarros e bebo uns quantos cafés e durante anos escrevi poesia depois disso, em casa, cafés e mesmo no meio da rua num recanto urbano qualquer.
Hoje foi o mesmo....já não o fazia há algum tempo garanto-vos que escrevi dezenas de livros e atirei-os para dentro do armário antes de os colocar numa estante feita com lixo reciclável. Não sei gostam desta merda, não é feito para agradar nem penso em dar o cú para assinar o que escrevo. SOU LIBERTÁRIO, NÃO LIBERTINO. De meu canto.
Silêncio....
Salva
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Em sua vez
de remorso
morre um luto
em sua tez
Pés descalços
benditos
de um voto
que a pobreza
o ser faz
certo de marear
E o rabo de peixe
e as escamas
na sofregação
véu de negro
que Deus o deu
chora o cantar
sorri o frio
na neblina
feita em caixão
marginal neblina amp espinho 04022010
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