o lucro de sete palmos de terra
Costumo carregar uma mochila para onde quer que vá, Não carrego nada de valor monetário três ou quatro objectos pessoais umas flautas dois cadernos canetas e um exemplar do livro Húmus de Raul Brandão que leio trechos quando me faltam perguntas.
Tornei-me uma pessoa silenciosa e de longos pensamentos (não vão de alguma forma confundir isso),
Nos últimos quatro dias andei por trás-dos-montes mais silencioso do que nunca. Estirado, enrolado num cobertor a descansar a rotina porque a rotina deixou dormitei algumas vezes sem ajuda de comprimidos e lambi um pouco das feridas que me esmagam na eterna vitoria de ninguém e ainda pior na derrota de ninguém, é como um um comprimido antipsicótico dá sempre lucro.
Talvez estejamos todos para meu sossego pessoal como o sistema de juros, como essa coisa do spread o lucro das apostas que ninguém tem direito a cobrar porque empenhamos a vida num sistema de garantias sem garantias. Para aliviar o governo terreno quem as pode governar de efeito,
Não tenho mais futuro que perguntas se calhar como toda a gente (sei o que posso contar como mais ou menos certo e não invento mais que isso). Revi os antepassados, a terra deles; sei o lucro real de tudo isto....sete palmos e o descanso eterno noutro governo. Talvez seja isso talvez mudemos apenas de governo.
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