Reviver o passado em Rosar
Quando era criança tinha o coração dum grande sonhador de causas mas na adolescência depois de me terem feito o feitiço da legião converti-me num jovem lutador nacionalista de extrema-direita. Ainda há coisas que vivi em que me acredito sem paradoxo. No fascismo não.
Um dia fizemos uma manifestação à porta do Liceu onde estudava e um rapaz com quem estudei na escola primária mestiço foi insultado por os meus camaradas da altura de coisas horrorosas e quando o rastilho ia pegar peguei nele e saímos.
FUI EXPULSO DO GRUPO NACIONALISTA, o meu coração voltou ás causa libertárias de menino mas vivia em terra de ninguém massacrado por ambos os lados. Tive que continuar a vida e o combate e comecei a ser vitima de envenenamentos de cocaína no café de costume e de heroína nos cigarros e comida.
A coisa ficou feia nos últimos tempos que tive uma companheira, ela própria me envenenava com heroína a mando do meu suposto melhor amigo. Roubei, menti e coisas do arco da velha, cacado no flash que não percebia donde vinha e moldava a minha personalidade e que me deixaram eternamente desonrado não me justificando na tábua rasa dos erros dos outros.
O resto era o mesmo os da esquerda diziam que era fascista infiltrado e os da direita traidor.
Um dia caí e tive que pedir ajuda psiquiátrica a personagem estourou comigo com um contra de heroína e meteu-me sete anos no DCT sem saber.
Não fazer fazer como o outro e dizer que não me lembro, lembro-me e doí.
O passado ás vezes não se revê, como no dia que milhares de pessoas de esquerda me venderam ao sistema capitalista por lhes dizer que haviam cinco ou seis de verdade numa manifestação 4.000.
Não quero provar nada com isso apenas esclarecer que somos mais frágeis e detonáveis do que podemos parecer...ainda dou envenenado todos os dias legalmente e por maldade.
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