A sereia
O nojo invade as ruas não por as sujarem mas por terem que as varrer. O paradigma do desgraçado nas mentes obscenas não passa disso. Meio ao fundo o que resta chora numa igreja de tectos negros pintados de flash.
Havia pão antes da robotização sujo e porco perdido de alma por se impor mendigado no favor. Agora caminham gravatas ao serviço em recibo verde disfarçando o filme da traficodepência uma vida fácil de lucro que não existe na perdição oca. As fabricas são ruínas industriais e já ninguém tem orgulho no suor. Detergentes perfumes máquina de lavar.
Lá de fundo irritante o paradoxo da vingança ensurdece numa sereia psicotica electrónica como o chicote nos velhos escravos e o seu tomar vomita o asco final dessa era. Não doí por nos recordar mas por não haver recordações nesse eterno progresso que nos prometem finda na mesma obsessão do lucro.
Podem-me matar que eu não morro segundo a vossa lei.
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