A soberba no esterco monografico





Sou um zé ninguém a bem dizer, como milhares de pessoas por aí. Não tenho habilitações suficientes, não tenho dentes e sou reformado como qualquer bandido do meu calibre. É verdade. Só não roubo tudo porque já não tenho força para pecar.

Gosto mesmo do meu país e da minha cultura voltei a ela quando na galé nos confins do mundo me vi obrigado a percebe-la para poder sair vivo do destino.

Bem não tenho dentes, um ou outro pedi um P1 à médica de família para obter consultas de medicina dentária no hospital da zona porque deixei de acreditar nas consultas privadas. Partiram-me os dentes quase todos por motivos de opinião pública e castigo e vingança.

Hoje, marcaram-me duas consultas. Uma de endocronologia (para me receitarem a heroína de sempre para os diabetes que não tenho) e o dentista à tarde. Duas deslocações que custam dinheiro e não são procedentes duas consultas no mesmo dia. Nem de gado.

Da parte de tarde fui ao dentista, cheguei ao hospital que estava a cumprir as normas vinculativas da epidemia e efectivaram a consulta (como podem ver no registo)  depois de ter mostrado a convocatória.

Passado 45 minutos de espera perguntei a um membro da unidade de estomatologia se haveria consulta.

Entrou saiu, saiu e entrou e disse-me que não havia consulta que tinha sido desmarcada por motivos do covid19, a mim; com a confirmação da consulta em forma de recibo na mão. Claro induziu o caso à superiora que me disse o mesmo. Dã.

Enfim contei-vos esta merda para tentar explicar a diarreia mental que se encontra a nossa sociedade gerida por badamecos que confundem a ordem de servir com a ordem de mandar. Gente escrupolosa na insanidade da soberba que não percebe que até os utentes lhes fazem falta para viver e nos bons casos para cumprir o juramente de Hipócrates  a que estão submetidos.

O Sistema Nacional de Saúde vai pagar a consulta. A mim?

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