Desconstruções afundeadas







Não existe muita virtude nesta vida. Se somos falhados somos indesejados e fracassados e se somos vencidos somo vendidos e esquecidos.

Andei nas obras quase dois anos, ganhei um pouco de juízo retomei os meus parcos estudos e procurei uma solução para minha vida.

Tornei-me gráfico arranjei trabalho noutra cidade porque aqui não tinha nem tenho futuro (embora seja o profissional mais premiado do mundo) e um dia cansei-me de andar para trás e para a frente no suburbano na vida dura das seis da manhã. Os amigos achavam que mudei de cidade porque era famoso e eu dava-me ao trabalho de vir cá todos os fins-de-semana, já ninguém aqui estava tinham ido estudar e viver para outras terras. Mas o traidor era eu.

Um dia fui à sétima barra das finanças do Porto com o pensamento profundo de ir lá pagar os meus impostos e devolver o dinheiro à Cidade que me acolheu. Fui literalmente corrido.

Um dia regressei ao subúrbio sem esperança na vida que tinha vivido expulsavam-me com o sob-olhar burguês obtuso de todos os lados. Dos museus, dos bares, dos cinemas e de todo lado.

Estive uns tempos tonto no subúrbio nem a vida velava, e um dia achei que poderia aqui voltar aos museus, ao cinema à biblioteca mas tive o mesmo fim de expulsão de cada um deles por os mesmo burgueses e seus lacaios.

Ainda sou o traidor para essa gente toda e não me dou ao trabalho de edificar uma defesa na sua laia merdosa. O que quero realmente dizer é que o conforto é o coração, não carregues mais do que podes com ele.

Nunca mais voltei...

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