a sodomia dos mortos-vivos







A SODOMIA DOS MORTOS-VIVOS
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I

Quantos tomaram o cálice
em eternidade segurando
de humildade todas
as letras mágicas
Quantos se precisarem
que não tomam o inferno
por outro qualquer lugar


II


As hápias fustigam consolo
no choro de colo triste
queimando dogmas e bandeiras
por a civilização do mito
lavram desgraças e dores
por palpitações eufóricas
do qualquer ego
Azares e desgraças
por purificação
mais um morto-vivo
na sua cadeia
de alimentação


III


Civilização por barbárie
onde um bom dia meu caro
enterra-se o canto
adorna-se a figura
e o vintém vindima-se
dos mortos nesses
novos palácios de falsidade
onde se confunde o eterno
na ausência do amor
bezerros infundados
da própria luxuria
de ser o ausente criador
vassalando a criação
negando o Senhor


IV


Venerar o morto
que quer ser vivo
sem a humildade
do original
viver pânicos
de segredos
serpentes
venenos
do igual
E me sério
deflagra
qualquer
violência
tangência imposta
da contra-inteligência
de escravos do mito
do mito igual
a todos os outros
sem condição moral


V



Se me fere o roubo
se castigo o vilão
se declaro as provas
da servidão
no troco
da esfinge
vive livre
a poesia
de quem não se adorna
em acto de Deus
na palavra sagrada
do seu Don benigno
na esperança
infindada
de qualquer
vida no
seu breve adeus


Marginal Neblina AMP Espinho 23082019

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